No Norte, 40% das famílias recusam-se a autorizar a doação de órgãos de parentes

Imagem: Divulgação
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A recusa das famílias em doar os órgãos de parentes falecidos é um dos principais obstáculos para que o Brasil consiga aumentar o número de transplantes. Segundo o Ministério da Saúde (MS), nas regiões Norte e Nordeste, 40% das famílias não autorizam a doação de órgãos. No Sul e Sudeste, o índice cai para 30%. Os dados do MS mostram, ainda, que até 2016, a fila de espera por um transplante era de 41 mil pessoas, a maioria precisando de rim (24.914).

No mês de conscientização sobre o tema – Setembro Verde –, o enfermeiro da Unimed Manaus, Fábio Paiva, que faz parte da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIDOT) da cooperativa, chama atenção para a importância de comunicar em vida, aos familiares, sobre o desejo de ser um doador.

Pessoas com morte encefálica podem ter seus órgãos doados, basta que a família autorize. Segundo Fábio Paiva, após o diagnóstico de morte encefálica, que é feito por uma equipe de médicos, a família é consultada e orientada sobre o processo. Os órgãos que podem ser doados, nessa situação, são: rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e córnea. Em vida, as pessoas também podem ser doadoras – nesse caso, de rim, parte do fígado e do pulmão e de medula óssea.

Ele explica que, para ser um doador de órgãos, não é preciso de nenhum documento, mas a família precisa estar ciente do desejo. Por isso, a orientação é comunicar os parentes, para que eles possam autorizar o procedimento. “Falar sobre a morte ainda é um grande tabu para a maioria das pessoas, mas é necessário expressar a vontade de salvar outras vidas”, destacou.

Fábio ressalta que, no caso da doação de medula óssea, o procedimento é muito simples e pode ser feito por qualquer pessoa. Basta ir até um hemocentro. Em Manaus, a instituição é a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam). O doador responde um questionário e fornece uma amostra de sangue. As informações são repassadas ao registro nacional de doador e, caso haja a compatibilidade com outra pessoa, o transplante é realizado.

Principais Dúvidas – De acordo com Fábio Paiva, não há limite de idade para ser doador. O que determina se o procedimento será ou não realizado é a condição de saúde de quem está doando. “O órgão precisa estar em boa condição, para ser transplantado. Caso contrário, o procedimento não pode ser realizado”, explica o enfermeiro da Unimed Manaus.

Os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão cadastrados em uma fila única. A compatibilidade entre o doador e receptor é determinada por exames laboratoriais e a posição na fila de quem precisa do transplante.

Depois de autorizada a doação pela família, o hospital notifica a Central de Transplantes do Estado. Uma equipe de médicos faz a confirmação do diagnóstico de morte encefálica e inicia os testes de compatibilidade entre o doador e os receptores que aguardam na lista de espera.

Fábio Paiva reforça que a doação de órgão é um ato de solidariedade e que as famílias devem ser informadas sobre o desejo de realizar esse gesto. “Muita gente acha que o corpo da pessoa que doa vai ficar deformado, por conta da retirada do órgão. Isso não é verdade e os familiares poderão se despedir do ente querido da mesma forma”, frisou.

 

Reportagem: Redação

 

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