Realizada em células de ratos, a pesquisa levanta a hipótese de que os adoçantes podem alterar a maneira como nosso corpo processa gordura e usa energia. As amostras sanguíneas de ratos que seguiram dietas com altos níveis de adoçantes apresentaram alterações em parâmetros bioquímicos, gorduras e na concentração de aminoácidos.
RECOMENDAÇÕES
Segundo a endocrinologista Erika Paniago Guedes, membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ainda não há evidências suficientes para contraindicar o uso. “A recomendação que fazemos é a de que o consumo de açúcares seja controlado, para evitar o risco de obesidade e diabetes. Sobre o uso de adoçantes, o indicado é que a dose diária seja baseada na ingestão estipulada pelas agências reguladoras”, afirma.
Na década de 1970, pesquisas em ratos sugeriram que o consumo da sacarina (tipo de adoçante artificial) estaria relacionado ao câncer de bexiga. Na época, a FDA, agência que regulamenta medicamentos nos EUA, proibiu a venda da substância. Porém, os resultados verificados em ratos não se aplicavam aos seres humanos, o que fez com que a FDA retirasse a restrição à sacarina. Segundo a OMS, o nível aceitável de consumo da sacarina por dia é de 2,5mg/kg de peso do corpo. “O aumento de consumo de açúcar está comprovadamente associado ao risco de obesidade, diabetes e câncer. Mas não temos esse nível de evidência em relação aos adoçantes artificiais”, comenta a endocrinologista.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras